Cliente e terminologia

Semana passada me vi enrolada com um projeto. Era um catálogo de consumíveis e peças de reposição de um equipamento de laboratório. Num determinado momento, começaram as listas de peças. Só lista, sem nenhum tipo de imagem pra ajudar.
O site do cliente, mesmo na “seção brasileira”, não trazia um único catálogo ou manual em português que eu pudesse usar como base.
Um exemplo de dúvida que me ocorria: o cliente usa selo ou vedação para seal? Porque não adianta nada eu caprichar na tradução, o manual chegar até os usuários e eles soltarem um “tradutor burro, não sabe que o nome disto é X?”. Não, eu não sei.
Resolvi ligar para o suporte técnico da empresa, felizmente aqui mesmo em São Paulo, para ver se eu conseguia alguma informação. Se tivesse sorte, talvez conseguisse algum catálogo antigo. Depois de alguns números errados e de convencer os técnicos de que eu não era espiã do concorrente, consegui conversar com o técnico responsável pela manutenção daquele tipo de equipamento do meu catálogo. Ouvi coisas como:
“Não precisa traduzir o nome das peças. O manual e o help do sistema estão em inglês, então o usuário já conhece os termos em inglês mesmo.”
“Gold seal? É selo de ouro, claro! Seal é selo em inglês!”
“Wash seal? Wash é lavagem…”

Conclusões:
1 – Pode-se dizer que perdi meu tempo, mas pelo menos me diverti um pouco (se bem que era um típico caso de rir para não chorar);
2 – Ainda bem que o cliente não pensa como aquele engenheiro.
3 – Deve ser engraçado (se não irritante) ver o técnico conversando com o cliente. Mistureba total de inglês e português, pelo jeito.

Sobre o Dicionário de Petróleo

Quando li sobre o lançamento do Dicionário do Petróleo em Língua Portuguesa, esta semana, confesso que fiquei animada. Trabalho bastante na área, principalmente na parte dos processos químicos, mas é uma área bastante complexa. Um dicionário que se proponha a cobrir as três variantes, do Brasil, de Portugal e de Angola, juntamente com o inglês, seria de grande valia.

Mas logo depois de comentar sobre o dicionário no twitter, o colega português João Roque Dias jogou um balde de água fria nas minhas esperanças. Disse que não era bem assim e que me enviaria comentários por email. Realmente enviou, no dia seguinte, mas eu estava com serviço até as orelhas e não tive tempo de postar anteontem nem ontem. O João Roque acabou publicando os comentários no Facebook, então acho mais fácil direcionar à fonte.

Nesse meio tempo, conversei com o também colega Ricardo Souza que, da mesma forma que o J. R. Dias, aconselha o dicionário para quem quer aprender mais sobre a área com a primeira parte do dicionário (PT>IN), mas não para quem só precisa de consultas rápidas ao glossário do final (IN>PT).

Eu confesso que ainda não peguei o dicionário para folhear e emitir uma opinião. Foi uma semana para lá de corrida, mas vou tentar achar um tempinho nos próximos dias. Assim que tiver algo mais a dizer, volto para complementar. Mas, como havia prometido a alguns colegas no twitter que ia repassar as informações que conseguisse, achei por bem já postar alguma coisa.

McHack e o TerminoTrad

Depois de ler este post o pai do Serendipity, Roger McKeon (também conhecido como McHack) entrou em contato comigo e pediu que eu redirecionasse meus leitores para seu portal, onde hospeda o Serendipity e muitos outros recursos extremamente úteis para tradutores.

Gostei especialmente do LazyTerm, apesar de não ter uma seção inglês-português. Confesso ter tido ideia parecida, mas não sei nada de programação. O máximo que consegui foi usar a caixa de busca do Firefox para pesquisar em vários dicionários online, como expliquei aqui.

Traz também links para outros mecanismos de busca que não o “Google nosso de cada dia”, bancos de dados de terminologia, listagens de dicionários online… Resumindo, vale a visita.

Valeu, McK!

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