Semana passada me vi enrolada com um projeto. Era um catálogo de consumíveis e peças de reposição de um equipamento de laboratório. Num determinado momento, começaram as listas de peças. Só lista, sem nenhum tipo de imagem pra ajudar.
O site do cliente, mesmo na “seção brasileira”, não trazia um único catálogo ou manual em português que eu pudesse usar como base.
Um exemplo de dúvida que me ocorria: o cliente usa selo ou vedação para seal? Porque não adianta nada eu caprichar na tradução, o manual chegar até os usuários e eles soltarem um “tradutor burro, não sabe que o nome disto é X?”. Não, eu não sei.
Resolvi ligar para o suporte técnico da empresa, felizmente aqui mesmo em São Paulo, para ver se eu conseguia alguma informação. Se tivesse sorte, talvez conseguisse algum catálogo antigo. Depois de alguns números errados e de convencer os técnicos de que eu não era espiã do concorrente, consegui conversar com o técnico responsável pela manutenção daquele tipo de equipamento do meu catálogo. Ouvi coisas como:
“Não precisa traduzir o nome das peças. O manual e o help do sistema estão em inglês, então o usuário já conhece os termos em inglês mesmo.”
“Gold seal? É selo de ouro, claro! Seal é selo em inglês!”
“Wash seal? Wash é lavagem…”
Conclusões:
1 – Pode-se dizer que perdi meu tempo, mas pelo menos me diverti um pouco (se bem que era um típico caso de rir para não chorar);
2 – Ainda bem que o cliente não pensa como aquele engenheiro.
3 – Deve ser engraçado (se não irritante) ver o técnico conversando com o cliente. Mistureba total de inglês e português, pelo jeito.