Como usar dicionários analógicos na tradução

Faz muito tempo que estou pra escrever sobre o uso dos dicionários analógicos na tradução, mas acabava sempre ficando pra semana que vem. Bom, finalmente a semana que vem chegou e o post saiu! 😀

Um dicionário analógico, também chamado de tesauro (thesaurus, em inglês), é um dicionário de ideias afins. Mais ou menos como sinônimos (mas não necessariamente).

E como é que a gente pode usar esses dicionários na tradução, se eles são monolíngues?

Então… Pro método que vou mostrar funcionar, o dicionário analógico precisa necessariamente estar organizado em mil categorias.

Em português, é o Dicionário analógico da língua portuguesa; ideias afins/thesaurus do Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, publicado pela editora Lexikon.

Em inglês, uso o Roget’s Thesaurus disponível gratuitamente no site do Gutenberg Project.

Não sei se existem tesauros equivalentes, com essas mesmas mil categorias, em outros idiomas. Se alguém souber, por favor deixe um comentário, assim eu posso atualizar o post (com os devidos créditos, claro). 🙂

Então, vamos aos finalmentes.

Vou usar como exemplo um termo em inglês que pode ser bem chatinho de traduzir, dependendo do contexto: support. Como vamos usar a versão digital, é só fazer uma busca pelo termo que você precisa. As versões impressas têm um índice remissivo em ordem alfabética no final.

O “#215” ali no começo indica a categoria. Neste caso, a categoria é “Support” mesmo. O “N.” logo depois indica “nouns”, ou seja, substantivos, que se enquadram nessa ideia.

Lembra que eu disse que as categorias nos dois dicionários, em inglês e português, são equivalentes? Então agora a gente procura essa mesma categoria 215 no dicionário em português, e encontra isto:

Esta, na verdade, é uma pequena parte da categoria. Tem mais uma variedade enorme de opções de substantivos na página seguinte. É só procurar o termo que mais se encaixe no seu contexto específico.

No fim da categoria, eles mostram verbos, adjetivos e advérbios:

 

 

Os números que aparecem no meio dos termos são indicações de outras categorias que talvez tenham o que você precisa.

Essas triangulações já me ajudaram um sem-número de vezes, quando outros dicionários ajudam a entender o conceito, mas não a achar aquela palavrinha que encaixa como uma luva no nosso texto. A propósito, “como uma luva” está na categoria 23, Acordo. 😀

Dessa forma, conseguimos usar um vocabulário mais rico e fugir um pouco de lugares-comuns e, principalmente, do tradutês.

Ah, sim, quase esqueço de falar: o método funciona da mesma forma na direção contrária, do inglês para o português (e, se existirem tesauros assim em outros idiomas, também deve funcionar entre qualquer um deles).

Como eu disse, prefiro consultar em formato digital, agiliza bastante o processo (sem falar que os livros digitais costumam custar menos e não ocupam espaço). Para obter os seus:

Roget’s Thesaurus (gratuito)

Dicionário Analógico (fiquem de olho em todo o catálogo da Lexikon, aliás, eles valem cada centavo e entram em promoção com relativa frequência)

Boas pesquisas! 🙂

4 respostas para “Como usar dicionários analógicos na tradução”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

RSS
Follow by Email
LinkedIn
Share