Hoje assisti à palestra da Lia Wyler, na USP. Mesmo não sendo tradutora literária, o tema me interessou: contexto.
Lia falou sobre o contexto histórico e geográfico do texto, além do contexto psicológico dos personagens, para encontrar termos que se encaixem nas falas e na narrativa sem causar estranheza nem distorção.
O mesmo princípio vale para a tradução técnica. É preciso saber de onde veio o texto, quem vai lê-lo, a qual a área se refere. Ela usou uma expressão que achei interessante: “visualizar o contexto”. Se você não consegue visualizar, imaginar uma máquina qualquer mencionada no texto, como pode saber qual termo, dentre vários possíveis, usar para o nome da peça que está traduzindo?
A visualização, por outro lado, implica conhecimento. É muito difícil imaginar um motor sem nunca ter visto um, mesmo que não “ao vivo”. Da mesma forma, é difícil traduzir juridiquês sem conhecer os sistemas jurídicos dos dois países, de origem e de destino.
Tudo isso parece bastante óbvio quando dito desta maneira mas, se fosse mesmo assim tão simples, não precisaria ser repetido tantas vezes em palestras, aulas e fóruns de discussão, especialmente quando chegam pedidos de ajuda, muitas vezes (e muito mais vezes do que o ideal) sem o devido contexto.
Fiz outras anotações durante a palestra, mas elas vão virar outro post, mais completo.
E, fechando o post de hoje, a frase do colega Luís Henrique Kubota: “Sem contexto, não há texto.”
olá
que legal que voce assistiu a palestra. Eu não pude ir e queria muito pedir pra alguém fazer anotações pra mim, rsrsr. Espero ansiosa a próxima postagem do blog. abraços